Sacralizando espaos

Focalizando a construo da paisagem do cemitrio da Soledade como novo espao do bem morrer, o presente trabalho retrocede aos limites temporais do funcionamento do referido cemitrio na tentativa de entender as possveis referncias culturais, econmicas e religiosas que podem ter influenciado no "processo de habitar" o Soledade. A Belm do sculo XIX presenciou uma mudana nas suas prticas morturias a partir da proibio dos sepultamentos nas igrejas. As tentativas de transferir o local de enterro se fizerem presente de forma intermitente. Os cemitrios extramuros se tornaram o local oficial para os sepultamentos, mas a transferncia foi prorrogada ao mximo at a ocorrncia de surtos epidmicos que desencadearam a necessidade de medidas higienizadoras para deter os flagelos que ameaavam a populao. Apesar do surto de febre amarela em 1850, at maio do referido ms ainda ocorreram sepultamentos em diferentes igrejas, sendo que at fevereiro o nmero de sepultados nas igrejas ultrapassava o dos presentes no Cemitrio da Soledade e do Cemitrio Protestante. Aos poucos o cemitrio da Soledade se tornou o espao sacro e preferido para o sepultamento dos moradores de Belm.