A cincia "psi" nos tribunais

O presente texto surgiu das reflexes derivadas de uma prtica de trabalho realizada nas Varas de Famlia de uma comarca de Minas Gerais. Ele fruto de uma pesquisa de mestrado que teve por objetivo analisar a relao possvel da Psicologia com a Justia. Juzes e promotores concederam-nos entrevistas para a realizao deste estudo - que se caracterizou por ser uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo, na modalidade de estudo de caso. Trouxemos ao debate o discurso dos operadores da lei para que fosse interrogado pelo discurso analtico. Usamos os conceitos de sujeito e verdade para nortear a discusso. Vimos que o uso e o sentido destes variam para cada cincia: enquanto o sujeito do Direto um sujeito consciente, que segue (ou no) as leis estabelecidas pelo ordenamento jurdico, o sujeito da Psicanlise est assujeitado s leis regidas pelo inconsciente. Enquanto a verdade jurdica remete-nos a uma objetividade, sendo anloga a uma prova; para a Psicanlise esta jamais dada, sendo na dimenso do erro que ela desponta. Contudo, tais divergncias no invalidam uma relao possvel, dado que ambas as disciplinas apresentam-se no como saberes excludentes, mas complementares.